segunda-feira, 6 de junho de 2011
Hora do estudo: Artigo fala sobre a importância dos jogos eletrônicos para a educação
Nós, adultos, que crescemos em meio à Amarelinha, Pula-Corda, Pega-Pega e Esconde-Esconde, lamentamos muito quando vemos uma criança sentada em frente ao vídeo-game em uma linda tarde de sol. Mas o que precisamos entender é que a chamada “Era da Informação”, que vivemos atualmente, mudou drasticamente a maneira pela qual o homem enxerga o mundo. Como diz o artigo "Jogos eletrônicos e Educação: Novas formas de aprender"*, “a infância foi vista de diferentes maneiras ao longo da história, assumindo determinadas concepções sempre que transformações sociais aconteciam. Sendo assim, a infância contemporânea assume os contornos e formas do momento atual por que passa a sociedade”.
Segundo o artigo, as emoções que o jogo proporciona à criança geram “necessidades de ordem afetiva e é a afetividade a mola dessas ações. Ela mobiliza o indivíduo em uma determinada direção como o objetivo de obter prazer”. Além disto, “os desafios proporcionados pelo jogo mobilizam o indivíduo na busca de soluções ou de formas de adaptação a situações problemáticas e, gradativamente, o conduz ao esforço voluntário”. Assim, os jogos eletrônicos podes ser um recurso eficiente para o professor já que também mobiliza o desenvolvimento da inteligência.
E se brincar na escola já soa estranho, imagine jogar no computador! Mas esta atividade, além de serem prazerosas e terem finalidade pedagógica, é a linguagem da criança. O brincar é a linguagem da criança para compreender o mundo que a cerca. É através do jogo e da brincadeira que "a criança constrói o real em função dos seus desejos e fantasias". (BOCK, 1999, p.103)
O artigo dá algumas características do jogo. O primeiro é que ele não pode ser obrigatório, já que perderá todo o sentido se a criança não quiser e for obrigada a participar. O que fazer quando é necessário que ela jogue? Estimulá-la a querer é a melhor forma. Mostrar o quanto aquele jogo pode ser legal, ajudá-la a entender. E se mesmo assim ela não quiser, desista. Não é o momento adequado.
Também precisamos entender que o jogo é um escape da vida real. É claro que devemos tomar cuidado com o tipo de jogo, mas a criança aprende, sim, a diferenciar que o que se pode fazer no jogo, nem sempre é possível na vida real. O jogo não deve ter a característica de mostrar a realidade. Deixe isto para os documentários e telejornais.
O jogo só acontece porque tem uma ordem e uma série de regras. É impossível passar para outra fase sem obedecê-las. Na confusão da nossa vida, o jogo proporciona ordem e regras. Isto já é por si só interessante para qualquer ser humano: conseguir controlar sua vida (mesmo que irreal) por alguns instantes.
Já para definirmos o que é um jogo educativo, precisamos lembrar que este deve proporcionar diversão e conhecimento. Sem uma destas características, a atividade elaborada não pode ser considerada um jogo educativo. Muitos jogos são tão educativos que se tornam chatos para a criança. Devemos tomar cuidado com isto.
Sobre a aprendizagem em si, o artigo mostra alguns benefícios dos jogos. São eles:
• O desenvolvimento das habilidades viso-motoras;
• O incentivo à investigação, já que o jogador, por não conhecer, a priori, o que deve fazer quando inicia o jogo, precisa sondar, investigar o ambiente para encontrar seus objetivos e as maneiras de cumpri-los, ou seja, entender as regras implícitas do jogo;
• Desenvolve a investigação telescópica, que se relaciona à necessidade do jogador em ter que lidar com vários objetivos concomitantemente (os objetivos secundários ou imediatos e o objetivo principal do jogo);
O artigo conclui, entre outros pontos, que “os professores estão começando a se aproximar das novas mídias através do uso do computador, da internet, dos cursos de educação a distância e etc., mas ainda há muito para se descobrir e conhecer. O universo dos jogos eletrônicos é um desses locais que precisa ser mais familiar aos educadores, pois, para muitos dos seus alunos, já o é e, se aproximar desse universo é também se aproximar mais dos alunos”. Para isto, “é imprescindível que os professores e a escola se aproximem dessas novas formas de aprender, desses novos espaços de aprendizagem que estão surgindo na sociedade atual, ressignificando e contextualizando a sua prática, aproximando-se dessa forma do contexto em que vivem os alunos”.
*O artigo foi escrito por Gildeon Sena, e Juliana Moura. Os dois são mestrandos em Educação e Contemporaneidade pela Universidade do Estado da Bahia - UNEB. Para ver o artigo completo, clique aqui.
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